sexta-feira, 2 de maio de 2014

sonho

Esta noite trocaste-me as voltas e, inusitadamente, apareceste-me em sonhos. Sem convite, sem te anunciares. Desorientas-me - digo-te, agora acordado.
Seguraste-me as mãos e colaste-as junto do teu ventre. Disseste-me que ia passar, que tudo iria ficar bem, que iria ser tranquilo, olha para mim agora, agora que até acredito. 
Acendo um cigarro. 
«Tu-do bem». 
Não sei a que te referias, conheço pouco do tudo e muito menos do bem. Quis compreender; quem eras e ao que vinhas, se é que vinhas com algo. Um dia, talvez me expliques as tuas palavras oníricas, com teu tom de voz a roçar um reino celeste. Todo um reino desconhecido. Sorrias.
Não me recordo do que trazias vestido, recordo-me, sim, da brisa que te acompanhava o corpo. Seria possível que viesses nua? 
Despido fiquei, de manhã, ao acordar e reparar que as minhas mãos repousavam em mim e não em ti. Quem sabe se me chegas outra vez hoje.
Ou talvez amanhã. Não te atrases.

Sem comentários: