Há tanto tempo que não me chego. Há
tanto tempo que fujo do que não tem fuga. Há tanto tempo que persigo outro que
não eu. Há tanto tempo que aguento com essa carga, esse peso que as fugas
encarnam. Fujo, e tento esconder-me, mas o outro – este que escreve – não me dá
qualquer descanso. De vez em quando chama-me. De vez em quando bate cá dentro, lá
do fundo, lá de dentro de tudo o que não tem nome. De todas as coisas
impronunciáveis. E esta solidão que ataca escolhe de forma cindida cada
pensamento que massacra. Dominar. Dominar estes pensamentos destrutivos. Esta
corda no pescoço que não se quer roer a ela mesma.
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