Entra no átrio o coração de asa negra
com missão de ceifar. As paredes estão podres, o estuque vai caindo lentamente.
As mulheres gemem, os bebés, aos seus colos, choram e ali há o desespero e a
doença como último perdão. A súplica suprime a dor. Entra a asa negra com o
martelo na mão. Juíz d'alma em fraco coração. No ar paira o odor acre de urina,
vómito e nenhuma resolução. Alguém vai estatelar-se, alguém vai morrer, alguém escreverá,
em vão, a sua despedida deste mundo inglório e fútil. E ali estou. Sem saber
que pena é aquela que os vidros teimam em espelhar.
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