sábado, 17 de maio de 2014

sábados

Aos sábados de manhã, na pastelaria rica e fina, que é como quem diz pipi e cocó, juntam-se as famílias, principalmente as que vivem no condomínio onde a mesma se encontra. É o choro dos bebés, as correrias desenfreadas dos garotos em festa, as conversas entre pais, as trocas de «o meu filho isto», «a minha filha aquilo», e adiante...
Gosto de observar, ainda que de soslaio, estes encontros matinais e habituais. São quase sempre as mesmas pessoas que aqui vêm e toda a gente se conhece, nem que seja de vista. Às vezes, penso naquilo que elas, as famílias, poderiam escrever sobre mim; um tipo com ar ensonado, solitário, e que bebe dois ou três cafés, enquanto a mão direita segura um cigarro, porque a esquerda se ocupa em escrever sobre sabe-se lá o quê.

Que escreveriam?

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