Aos
sábados de manhã, na pastelaria rica e fina, que é como quem diz pipi e cocó,
juntam-se as famílias, principalmente as que vivem no condomínio onde a mesma se encontra. É o choro dos
bebés, as correrias desenfreadas dos garotos em festa, as conversas entre pais,
as trocas de «o meu filho isto», «a minha filha aquilo», e adiante...
Gosto
de observar, ainda que de soslaio, estes encontros matinais e habituais. São
quase sempre as mesmas pessoas que aqui vêm e toda a gente se conhece, nem que
seja de vista. Às vezes, penso naquilo que elas, as famílias, poderiam escrever
sobre mim; um tipo com ar ensonado, solitário, e que bebe dois ou três cafés,
enquanto a mão direita segura um cigarro, porque a esquerda se ocupa em
escrever sobre sabe-se lá o quê.
Que
escreveriam?
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