terça-feira, 20 de maio de 2014

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Guardamos cá dentro tudo e mais alguma coisa, capas de revistas com vedetas de sorrisos trabalhados para rasgar corações, implodir estruturas de adolescentes que levam porrada mental na escola, velhos doentes e capazes de todas as molestas na esperança de cerzir uma juventude perdida e esgotada, guardamos tudo cá dentro, como se as paixões deixassem de ser paixões porque de repente o vento passou a soprar de outra direcção e, no fundo, não queremos saber do próximo para nada porque o que conta é termos a mão no dinheiro do nosso bolso enquanto que a outra joga bilhar ao sabor de estados de pornografia, animais e outras divindades de filmes rascos e deliciosamente obscenos. A civilização é um caralho de um fracasso, onde se destaca quem mira com olhos raiados de sangue a namorada do outro, enquanto a mesma se roça nos tomates de um terceiro, e já toda a gente deu voltinhas nas camas coçadas com quase toda a gente. Somos rotos, esfarrapados e omissos, queremos tudo sem desejar verdadeiramente nada.

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