Hoje acordei com o telefone a tocar.
Ouvi-o na distância a que o sono se me impunha. Estremunhado, atendi. Era a
_________. Amiga próxima e querida. Perguntou-me se me tinha acordado,
disse-lhe que sim, mas que não havia problema, que já era mais que tempo de
estar acordado, só que a minha noite tinha sido difícil. Então, ela disse-me
que a dela também não tinha sido nada fácil. Que esteve acordada até amanhecer,
a ler dos diários que tinha escrito há imenso tempo. Acontece, que nalguns dias
– disse-me – escrevi sobre ti. Há três ou quatro anos. Disse-me que, de alguma
forma, lhe tinha feito companhia na insónia. Reportou-me para aquela época de
miséria, desgraças, amores estilhaçados, crenças desfeitas, sonhos perdidos,
desavenças entre queridos, noites brancas de desatino, noites em que nada
parecia fazer sentido, desabafos íntimos. E foi assim que acordei, com a
sensação boa de ter sido cúmplice desta noite inquieta, agora no presente, mas
sempre com a __________ no coração.
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