quinta-feira, 29 de maio de 2014

diários

Hoje acordei com o telefone a tocar. Ouvi-o na distância a que o sono se me impunha. Estremunhado, atendi. Era a _________. Amiga próxima e querida. Perguntou-me se me tinha acordado, disse-lhe que sim, mas que não havia problema, que já era mais que tempo de estar acordado, só que a minha noite tinha sido difícil. Então, ela disse-me que a dela também não tinha sido nada fácil. Que esteve acordada até amanhecer, a ler dos diários que tinha escrito há imenso tempo. Acontece, que nalguns dias – disse-me – escrevi sobre ti. Há três ou quatro anos. Disse-me que, de alguma forma, lhe tinha feito companhia na insónia. Reportou-me para aquela época de miséria, desgraças, amores estilhaçados, crenças desfeitas, sonhos perdidos, desavenças entre queridos, noites brancas de desatino, noites em que nada parecia fazer sentido, desabafos íntimos. E foi assim que acordei, com a sensação boa de ter sido cúmplice desta noite inquieta, agora no presente, mas sempre com a __________ no coração.

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