Às vezes, o meu deus na forma em que o entendo e concebo, surge diante de mim prostrado; os joelhos esfolados, cortado, mutilado, e todo ele a esvair-se em sangue. De rastos, encolhido como um rato assustado, implora-me perdão.
««Pelas vezes em que te abandonei»»
Estendo-lhe a minha graça e «digo-lhe» sem emitir qualquer som: foram essas ausências que me fizeram acreditar cegamente em ti.
Ele sorri brevemente hemoglobina e dentes. Entalha as palavras mudas e some-se. Nunca se despede.
Raspo as postas de sangue coagulado do chão, enquanto rezo por ele a oração à minha lei de capela.
Imagino que querer deixar de ser deus de algo, deva ser apetecível e que a impotência perante a irreversibilidade dessa condição, seja dura de suportar. Talvez não possas tudo.
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