domingo, 13 de abril de 2014

imaginar

Imagino que estejas feliz. Que os teus domingos sejam feitos de sorrisos e doces prazeres. Que ao percorreres os quilómetros que nos vão afastando, estejas em paz.
Imagino que estejas feliz. Que te agradas com quem te agrada. Que chegas a casa e que nunca existi. Que te esperam.
Desligas.
Imagino que estejas feliz. Que não serei parte do teu mundo, que os últimos tempos não nos consumiram como chamas em gases tóxicos.
Imagino que sim. Que estejas feliz. Que amanhã a tua roupa não terá o cheiro de meu perfume que, agora, já te enjoa.
Desligas.
Imagino que seja assim. Que estejas feliz. Feliz por não teres apostado as fichas todas no nosso amor. Quando chegares ao teu destino, o cheiro a casa, outro cheiro que não o meu.
Imagino que aos três anos de trocas de nós, fluídos, saliva, e medula, haverá uma lua de sangue a celebrar a vida ou a morte em. Em quê?
Imagino que estejas feliz. Que a serpente que não nos se entrelaçou nos dedos seja a tua vantagem, mas vantagem de que jogo?
Imagino que sim que. És feliz.

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