quarta-feira, 9 de setembro de 2015

ninfomaníaca #2


Por Fernando K. Montenegro

»Meu querido, deixa-me dizer-te: és tão patético na cama. Fazes-te de macho cobridor, arrepias diálogos e preliminares com um simples «vou comer-te toda», mas no minuto a seguir, esparramas as tuas banhas na cama à espera que te faça o tão desejado broche.
És patético - repito - e agora compreendo o fardo que és para a tua mulher. É bom que nem saibas o prazer que ambas temos quando estamos juntas. É bom que nem imagines os espasmos que tenho quando ela me faz aqueles minetes em que, depois de me vir, encharco a cama toda. No outro dia - juro, seu estafermo - que me mijei toda. Por outro lado, é triste que não faças a menor ideia que ela seja uma amante melhor que tu, e que no fim das contas sejas tu o irremediável corno.
Mas que interessa tudo isso? De braços atrás da cabeça, refastelado como um porco na minha cama, postura de fodilhão das mulheres supostamente desesperadas, pareces um caralho de um novilho no expositor do talho.
Faço-te o «broche da tua vida», meto-te o dedo no cu como tanto gostas mas - ai meu deus - nem sequer se ousar falar disso. Ninguém pode saber, nem mesmo eu? Vens-te um minuto depois e, mais uma vez, fico-me pelas tuas promessas «vou comer-te toda». Deixas-te cair na queda onde já estavas e exclamas: foi o broche da minha vida! (és tão previsível, meu javali domesticado).
O que me salva o dia, é a ideia de saber que a tua mulher vem cá amanhã, porque, ela sim, sabe fazer do meu corpo um diapasão. Aquilo que tu prometes, meu labrego, ela faz - come-me toda, por inteiro. Mas, meu querido estafermo, eu até te compreendo, promessas não passam disso mesmo, não é?
- vou buscar papel para te limpares, querido.

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